quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

A criança em mim.

Descobri recentemente que aquilo que vivemos na infância nos persegue pelo resto da vida. Por exemplo, um trauma causado a uma criança, se desenvolve e pode causar uma doença psicológica quando esta chega à maturidade. Não que seja uma regra. Há quem diga que isso não passa de um mito, que é feliz quem quer, e que até a infância mais conturbada pode ser superada. Eu acredito que há sequelas. Podem não ser visíveis a olho nu, mas estão lá. Em algum lugar, bem no fundo de cada pessoa. Senão como podemos explicar as fobias e depressões? Por isso eu acredito que o estágio mais importante na vida de uma pessoa, é a infância. Porque é esse estágio que determina o que ela vai se tornar, sua expectativa de vida, conquistas e derrotas. Confesso que não sou muito chegada em crianças, mas mudei meu modo de pensar sobre elas. Principalmente porque até o mais idoso, tem um pouco da infância dentro de si. E eu sei que sempre posso encontrar minha criança interior, e nem preciso procurar muito. Porque ela está aqui dentro. Sempre. E por mais que eu tente ser adulta e madura, em relação a alguns assuntos ela me domina. Não consigo expulsá-la. Também não quero. Não mais. Porque ela me fez ser quem eu sou hoje.

domingo, 1 de dezembro de 2013

No natal vou pedir pro Papai Noel trazer...

Quando eu era pequena, costumava te esperar. Me arrumava toda. Colocava meu melhor vestido, os sapatos novos, uma fita no cabelo e esperava. Eu não saía para brincar com as outras garotas, para não me sujar. Era uma boa garota. E quando você não aparecia, eu era a melhor em inventar desculpas por você.
Todo aniversário eu sentava ao lado do telefone e mais uma vez esperava. Ficava ali o dia todo. Assistia aos desenhos, comia, e terminava o dia dormindo junto ao telefone. Ele nunca tocou. Mas eu ainda tinha um estoque de justificativas que você poderia usar.
E era natal de novo. Época de escrever o que você queria ganhar e deixar na árvore. A regra era que a criança que se comportasse durante o ano todo tinha direito a um presente do famoso Papai Noel. Eu não me preocupava com isso, afinal sempre fora uma menina educada e comportada. Sempre tirava notas boas na escola, respeitava todos à minha volta, dormia cedo, não falava palavrões, ajudava em casa e não reclamava. Era evidente que eu tinha direito a um presente. E eu já sabia o que eu queria. O que eu pedia todos os anos.
Querido Papai Noel, eu fui uma boa garota esse ano. Tirei nota máxima em matemática, fiz duas novas amigas e arrumei o meu quarto todos os dias. Eu esperei esse ano, mas ele não veio. Então de presente para o ano que vem, eu quero meu pai. Prometo me comportar e aumentar minha nota de ciências. E você promete deixar ele me visitar?

Eu queria mudar minha carta esse ano. Mas a verdade é que não estou pronta para deixar de te esperar. 

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

casamento

Duas horas da madrugada. A forte luz da cozinha fere meus olhos. Uma garrafa de vinho pela metade e uma taça cheia na mesa à minha frente. Esse silêncio me assusta. Eu deveria estar feliz, certo? Quando fecho meus olhos posso te ver, ajoelhado e dizendo coisas maravilhosas, e aquela caixinha preta em suas mãos. Agora está aqui. Pequena. Aveludada. Como algo tão pequeno pode significar algo tão grande? Encarando-a, bebo mais um gole. Não estou bêbada o suficiente. Talvez nunca esteja. Toda mulher espera por esse dia, sonha e faz milhões de planos. Eu fiz. É absolutamente normal que esse dia chegue eventualmente na vida de um casal. É os felizes para sempre. Porque eu não estava me sentindo feliz? Os homens têm a fama de nunca querer se casar, então porque eles que fazem o pedido? Eles esperam até estarem prontos e simplesmente pegam a mulher de surpresa, esperando logo que ela diga o grande “sim”. Não se preocupam se ela pode estar pronta ou não para dar um grande passo como esse. Os homens, e algumas mulheres também, acreditam que todas elas já nasceram prontas para isso. A questão é que algumas delas não são assim, sabe talvez atualmente esse não seja o objetivo de vida da mulher moderna. Pelo menos não é o meu objetivo de vida. Não que eu tenha descartado completamente essa possibilidade, apenas não me sinto confortável com a ideia de que eu precise me casar para provar que realmente amo alguém. Como se minha palavra mão fosse o bastante, eu preciso de um certificado para que acreditem em mim. A garrafa está quase vazia e eu ainda não tenho uma resposta. Se dizer sim prova que eu o amo, então dizer não prova o contrário? É assim que funciona? Mundo injusto. Pedido injusto. Colocar uma relação inteira nas mãos de uma só pessoa. Talvez seja esse o meu problema. Talvez eu não queira colocar a minha felicidade nas mãos de uma só pessoa. 

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Hoje eu parei pra pensar em ‘o que eu faria pra te ver feliz’. Parei, por algumas horas, de me preocupar com os meus sonhos e minhas frustrações e resolvi pensar em você. Não do jeito que eu penso todos os dias, bolando encontros e esbarradas, sorrisos e carícias, desejando novamente tudo o que se foi. Dessa vez foi diferente. Decidi colocar em pauta as suas necessidades, e não as minhas, o seu sorriso e bem-estar.  Admito que não gostei do resultado. De acordo com as minhas anotações, eu não te faço o bem que você me faz. Eu não tiro mais sorrisos dos seus lábios, não sou eu que você procura quando está triste, ou zangado, ou feliz. Meu abraço não tem mais aquele conforto de alguns meses atrás. E eu não consigo mais te fazer bem se eu já não faço parte da sua vida. E não adianta eu correr atrás, tentar recuperar o que tínhamos porque, agora eu posso ver você caminhando pra alguém que poderá te oferecer aquilo que eu não pude, mesmo querendo. É difícil reconhecer que outra pessoa te faz feliz. Depois de analisar os fatos por alguns minutos, cheguei a conclusão de que eu preciso parar de viver no passado e finalmente te deixar ir. Mesmo que isso me machuque, é por um bem maior. Porque eu só quero te ver feliz. Ainda que seja de longe. Ainda que seja com ela.
 

sábado, 2 de novembro de 2013

12:00h, o sol exatamente no centro do céu. Céu azul, quase sem nuvens, um dia realmente lindo, com tudo pra dar certo. Uma olhada rápida no celular. Nenhuma mensagem, nenhuma ligação perdida. Não que eu estivesse esperando alguém me ligar, ou se importar. Depois de verificar o telefone pela décima quinta vez, o aparelho toca. Uma mensagem e o coração acelera, e para no segundo seguinte. O nome na tela não era o seu. Aquelas palavras não fora você que escreveu. Esperar o dia inteiro por um sinal me consome. E dói. Mas eu espero. Como se você se importasse. Tantas perguntas vagam na minha cabeça, tantos ‘porquês’. Porque você não se importa mais? Porque eu ainda me importo? Porquê o tempo está acabando tão rápido?

sábado, 26 de outubro de 2013

É tão difícil escrever quando não se sabe exatamente o que dizer. Expressar-se é uma necessidade, mas nem sempre é possível. O nó na garganta continua aqui e não há quem possa desatá-lo. Está começando a sufocar, e aos poucos perco os sentidos.
Em meio à visão turva, posso distinguir sua silhueta se afastando, sua voz cada vez mais distante, seu perfume se perdendo no ar e suas palavras se acomodando em minha mente.

Mente barulhenta, conturbada, confusa, cheia de pensamentos masoquistas, conversas e roteiros que jamais aconteceram. Possibilidades e esperanças procurando algo para se agarrar, para não morrer. Mas isso não me preocupa, porque como dizem por aí ‘ a esperança é última morre’.

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Tomar cuidado com o que digo é tão difícil pra mim. Ter que escolher as palavras, mudar os substantivos, amenizar nos adjetivos...  Por que você nunca intende aquilo que eu quero dizer. E eu não gosto de ser cautelosa toda vez que eu te vejo. Quero poder ser espontânea ao me expressar, sem me preocupar com que você possa entender errado. Mas eu preciso ser cuidadosa. Por que você se machuca tão fácil. Eu preciso ser menos objetiva, e menos sincera. Porque a sinceridade te maltrata. E você é tão frágil, que algumas palavras podem acabar com tudo aquilo que construímos. Por isso, por muitas vezes, prefiro ficar em silêncio.

Eu acredito que o silêncio não erra. 

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Não acredito que você vai passar dez dias longe de mim. Dez dias que eu vou acordar olhar pro lado e não te ver. Dez dias que eu irei dormir sem seu ombro como travesseiro. Dez infinitos dias que eu não vou ter seu abraço, seu beijo, seu carinho. Eu vou tentar aguentar, ouvindo sua voz no telefone, olhando suas fotos e sonhando, todas as noites, com você. Prometa me ligar todos os dias, mesmo sem nada pra falar. Prometa olhar nossas fotos quando for dormir.  E prometa que a saudade só vai aumentar nosso sentimento. Porque eu já estou com saudades.

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Estive pensando em te escrever, desabafar. Fico imaginando qual o melhor modo de dizer tudo que está engasgado. Mas não sei o que isso significaria pra você. Ou pra mim. Talvez não signifique nada. Talvez tudo aquilo tenha se perdido, se substituído. Talvez nunca tenha existido. E a incerteza não me deixa continuar. As folhas rasgadas representam a covardia e minhas palavras se perdem no tempo. A imensidão do nada se convertendo em tudo que eu poderia te dizer. E não disse.  

terça-feira, 25 de junho de 2013

miss you

Minha madrugada se resume em saudade. Saudade dos seus olhos, do seu sorriso, dos seus abraços e beijos. Saudade das suas piadas sem graça, das suas frases desnecessárias, das suas chatices. Perco-me cada vez mais, em uma foto, uma música, uma carta. O destino me pegou de surpresa, me fazendo sentir falta da sua voz. É difícil ver aquilo que era rotina, virando lembrança.

segunda-feira, 24 de junho de 2013

stay strong

E eu to tentando, eu juro que eu to tentando, permanecer de pé, permanecer forte, de cabeça erguida, tentando não chorar, não desabar no primeiro ombro amigo que aparecer.  To sendo forte, colocando meus problemas de lado pra ajudar quem me faz bem. To escondendo tudo em baixo do tapete, deixando toda a bagunça lá, mas o tapete não está sendo suficiente. O armário está cheio e transbordando e uma hora tudo vai explodir. Não adianta mais esconder, empurrar com a barriga, dizer que está tudo bem, quando na verdade não está. O luto é aceitável quando se passa por alguma perda, e lágrimas não são vergonha para ninguém. Eu sei que isso é só uma fase, e vai passar. Afinal, o que seriam dos dias felizes, sem os tristes para mostrar que vale a pena sorrir?

quarta-feira, 29 de maio de 2013

love

Eu te amo..  Eu te amei ontem, te amo hoje e com certeza te amarei amanhã e até o infinito. Eu te amo pelo que você é e pelo que representa pra mim. Te amo pelo seu bom humor, pela sua humildade, pela sua capacidade de perdoar facilmente as pessoas. Te amo pela sua criatividade, espontaneidade, pelo seu carisma e autenticidade. Te amo pelo menino que você é e pelo homem que aprendeu a ser. Te amo porque você me faz rir e porque me faz chorar. Te amo pelo que eu sou quando estou com você. Segura, forte, amada, confortada.  Eu te amei quando você não estava aqui e continuarei te amando quando você se for. Até a eternidade.

quinta-feira, 9 de maio de 2013

E ainda quando eu te abraço sinto meu coração disparar. A cada toque seu, uma onda de eletricidade passa por todo o meu corpo, me deixando arrepiada; e o seu beijo ainda tem o efeito de tirar o ar. Sua beleza ainda me fascina, e me perco no profundo dos seus olhos. E é incrível que depois de anos ainda sinto as mesmas borboletas no estômago se agitando ao te ver. As dificuldades e tempestades só fizeram aumentar e amadurecer o sentimento, e será sempre assim. Eu e você contra o resto do mundo!

sexta-feira, 26 de abril de 2013

E mais uma vez a angústia invade seu peito, e aquele nó na garganta te impede de respirar. A bagunça feita foi maior que a prevista, e o estrago permanente. Não há mais volta. Não existe mais expectativas, probabilidades, sonhos... esperança. Tudo foi destruído, desde o carinho mais puro, até o mais sincero sorriso. Agora a frieza toma conta e espelha cada vez mais seus efeitos. As lágrimas que escorrem em seu rosto tornam-se mais pesadas a medida que as lembranças surgem, em pequenos lapsos de memória. O silêncio que agora reina não é a paz que procurava. E a dor é a única prova de que um dia foi real.

domingo, 21 de abril de 2013


Horas e horas na frente do pc, tentando escrever e de alguma forma me expressar, tentando entender o que se passa aqui dentro... Mais vinte minutos se passam.. Trinta, quarenta, uma hora... Vencida pelo cansaço, paro de tentar entender, fecho meus olhos e simplesmente sinto.
Sinto você. Sinto suas mãos nas minhas, seus olhos nos meus, sua respiração ofegante em mim... Sinto seu carinho, sua preocupação. Coração acelerado, borboletas no estômago. Apesar de relaxada, sinto minhas pernas tremerem ao ver você se aproximar.  Minha parte racional diz que eu deveria me afastar. Mas a outra parte, a emocional, aquela que ocupa o maior espaço dentro de mim, grita que te quer mais e mais perto. Te vejo aqui, grudado em mim, seus lábios a poucos centímetros dos meus, já posso sentir sua respiração na minha. Seria fácil perder o juízo, mas alguma coisa me puxa de volta a realidade, e a razão grita mais forte, mais alto, e te vejo indo embora... A dor cresce no meu peito. Você está cada vez mais longe, e eu sei que é injusto toda essa situação. A bagunça aqui dentro é tão grande, e eu não tenho forças pra arrumar tudo sozinha. Eu sei que não é certo mas aquele... quase beijo, me persegue e me tira o sono, e tá tudo tão confuso...

terça-feira, 2 de abril de 2013

Voltando a velha rotina...


O amor é uma coisa complicada. E olha eu aqui escrevendo sobre o mesmo assunto pela milésima vez. Já virou clichê.
Mas acontece que o amor não vira rotina. Ele se renova a cada dia, a cada instante, a cada sorriso e lágrima. Não confunda com paixão. A paixão arde como o fogo, mas apaga com os primeiros pingos de chuva.
Há quem diga que o amor cresce devagar, sereno e cuidadoso. Nasce nos lugares mais propícios, é cultivado e regado, sábio e carinhoso, e jamais tem fim.
Há quem diga que o amor nasce num olhar, num sorriso, nos mais simples gestos.
Mas ninguém realmente sabe como ele acontece. Só nos damos conta quando ele está lá, ocupando aquele espaço especial. E não há mais o que fazer senão amar incondicionalmente, irrevogavelmente. E ser feliz.