terça-feira, 4 de setembro de 2012


Em uma cidade bem distante, onde contos de fadas não existem, o amor é desconhecido pelos habitantes.
- Amor? Lenda! História para boi dormir. - diziam.
O amor, a esperança, o príncipe encantado, só existiam nos livros em que ela lia. Folheava cada página com sede e desejo desse sentimento sublime, mas a verdade era que nesse mundo preto e branco em que ela vivia, o vermelho da paixão nunca se projetara.
Mas nesse dia ensolarado ela pôde ver, tocar e sentir o Amor. E ele era mais o menos assim: olhos negros, alto, nem gordo e nem magro. Ele tinha essas entradas distintas que o fazia parecer mais velho, mais maduro. Óculos pendiam bem acima de um nariz fino e a barba por fazer dava um ar mais sexy. A boca sempre curvada no sorriso mais lindo que já vira, deixando a mostra dentes brancos e retos.
Por dentro era tão bonito quanto por fora. Humilde, engraçado, romântico, carinhoso, corajoso, cavalheiro, o mais elegante possível. Ele tinha o dom de fazê-la sorrir, e rir nos momentos mais propícios. Era amável, confiável, mestre na arte de fazê-la feliz. E quando ele a abraçava, o mundo todo ficava fora de foco, e só restavam os dois, envolvidos. Ela se sentia segura nos seus braços fortes. As asas tatuadas nas costas fazia jus ao anjo que ele se tornara em sua vida.
Agora a cidade acinzentada tinha cores vibrantes. Ela descobrira que o céu é azul, da cor do mar, as folhas que pendiam nas árvores na primavera, eram verdes, que o brilho da lua iluminava a cidade inteira. Mas seu brilho preferido era o dos olhos dele. Ela descobrira que existiam borboletas no seu estômago, que se agitavam com a presença dele, que seu coração disparava com um simples toque, as pernas tremiam quando se aproximava, as mãos suavam, a voz falhava... mas seu beijo a acalmava.
Então percebera que o amor não era só uma lenda. Ele realmente existia e agora ela tinha certeza sobre isso. Podia sentir, podia tocar, abraçar, cuidar... E esse amor tinha um nome. Um nome de príncipe encantado. Um nome que ela escrevia ao lado do dela em todas as folhas de seu diário.
Em uma cidade bem distante, onde contos de fadas não existem, o nosso foi o primeiro e mais intenso!

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