quarta-feira, 21 de março de 2012

Cinco mulheres um meio-homem - parte 2

Meio-Homem Torna-se Homem

Uma noite passou... o que não passou foi um helicóptero sobrevoando, ou um navio no horizonte.
A fome aumentou, e com ela, o estresse. Alguém vai tentar pescar, sem anzol, sem arpão, enfim... A canibal vai caçar. A tarefa é difícil, mas é outra mulher que vai junto; pensam que são corajosas, até aparecer o primeiro javali e espantarem-no com gritos.
A outra prefere sentar e chorar, quem sabe agora aparece socorro.
Entretanto está faltando alguém novamente. Onde andará e o que estará fazendo? Parece que... É isso mesmo, está recolhendo pedras, pedras grandes. Que excelente ideia! Escrever S.O.S na areia em tamanho gigante; isso quer dizer que no fundo também guarda uma ponta de esperança com um resgate.
Mas agora, em pé ali, vendo tão perto aquele meio-homem confuso, decide que o melhor mesmo é dar as mãos e entrar na penumbra da floresta, atrás de alguma fruta silvestre que mate a fome. Quem sabe uma fruta que os sacie e os transporte dali para outro lugar. Um lugar onde um meio-homem, pode-se tornar um homem completo.

(Os personagens desta história são inteiramente fictícios, qualquer semelhança é mera coincidência) 

Lidiane Policarpo

quinta-feira, 15 de março de 2012

Não é sobre você

Hoje vou fazer diferente, e não vou falar sobre você. Todos os dias com você no pensando, enjoa sabe? Já escrevi cinco páginas só sobre seu cabelo, detalhei seus músculos e sua personalidade..
E já falei de você pra todo mundo, ninguém aguenta mais ouvir sobre como meu coração dispara quando te vejo, ou como me sinto segura e espremida no seu abraço. Todos já sabem que as borboletas disparam no meu estômago em cada beijo que você me da, que até o último pêlo do meu braço fica eriçado quando você me toca, e que não há sensação melhor que ouvir sua voz sussurrando cantigas no meu ouvido. 
Eu falei, tentei até, que esse não seria de você, e agora é. 



quarta-feira, 14 de março de 2012

Cinco mulheres um meio-homem

Sozinho com cinco mulheres? O que fazer? Gritar, chorar? Ou quem sabe chamar pela mãe... Ah, não, a mãe também é mulher. O jeito é virar herói e saber conviver com cada uma.
Como foi parar ali? Isso não vem ao caso agora, mas ficar isolado em uma ilha com cinco mulheres e nenhuma delas ser da família, parece ser o sonho de qualquer homem. Agora, com esse sonho realizado, fica evidente que isso na verdade vem a ser um pesadelo.
Entre elas tem uma reclamona, quando não usa a boca pra chorar, é para resmungar e dizer " e agora? Estamos perdidas? O que vamos fazer?"
A outra fica pensando calada, pensa não se sabe no quê, mas com ela, todo cuidado é pouco, nessa situação pode até virar canibal.
Já vai anoitecer, são cinco para proteger. Duas são bem auto-confiantes  e acreditam que logo vai surgir um socorro no horizonte, ou até quem sabe um helicóptero sobrevoando.
Mas está faltando alguém... Talvez ela soubesse o que dizer, mas ao invés disso, já vem vindo com alguns gravetos para tentar fazer o fogo, que é sempre mais difícil do que parece. Alimento nessa noite não vai ter, mas uma fogueira para espantar os bichos está garantida. O difícil agora é decidir, quem vai ficar ao lado de quem? Por que um meio-homem só tem duas costelas, e neste páreo, só a canibal não faz questão desta disputa.
Duas costelas... Cinco mulheres.


Lidiane Policarpo